Por: Eliane Leite (Vice-Presidente d’Affero) & Maria Isabel Barreto (Professora da PUC-Rio)
Em tempo de Rio+20, os temas ecologia e sustentabilidade instigam fortemente. Inevitavelmente, surgem questões: quais são as transformações esperadas? Que compromissos serão assumidos pelo setor? Durante a Rio 92, a participação das companhias foi bastante tímida. Ecologia e sustentabilidade eram questões basicamente governamentais.
O filósofo francês Félix Guattari preconizava, já na década de 70, que a escologia deveria começar com o indivíduo, passando pelas relações pessoais/sociais para chegar ao meio ambiente.
As empresas genuinamente orientadas para questões relacionadas à sustentabilidade buscam, por meio de processos educacionais, o aprimoramento do humano, de modo a tornar os sujeitos da ação mais preparadoas para uma nova mentalidade. Líderes empresariais comprometidos incluem em suas agendas temas relacionados ao desenvolvimento humano. Nesse contexto, a educação corporative e a comunicação são os meios para o aprimoramento.
O termo sustentabilidade estabeleceu que desenvolvimento sustentável é aquele que “satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades”. É preciso, portanto, considera-lo como uma nova visao, que inclui as sustentabilidade ambiental, econômica e sociopolítica, por meio de trocas dinâmicas entre governo, empresas e sociedade civil organizada.
Para que a sociedade coloque essas definições em prática, é preciso criar riqueza, formando um sólido capital. A sustentabilidade requer mais que o desenvolvimento capital material, social e intellectual. É preciso evoluir para a formação do capital moral e spiritual de uma sociedade. Inspirados por Danah Zohar e Ian Marshall, entendemos capital spiritual como a riqueza que extraímos de nossos valores e princípios. É aquele que se faz necessário nas organizações, comunidades e culturas da sociedade global. É a nossa inteligência moral, que sabe distinguir o certo do errado e com a qual exercitamos a bondade, a verdade a compaixão.
Desse modo, podemos considerer que os 12 princípios da transformação propostos por Zohar seriam a base para a formulação das competências humanas fundamentais para a sustentabilidade. São eles: auto percepção; espontaneidade; ser conduzido por vião e valores; capacidade de se ver dentro de modelos; compaixão; celebração da diversidade; independência; tendência para a fazer perguntas fundamentais sobre o porquê; capacidade de reestruturar; uso positive da adversidade; humildade; e sentido de vocação.
Esperamos que, durante a Rio+20, os líderes empresariais assumam um compromisso com a construção de outros capitais que não só o material. Que novas práticas organizacionais, norteadas pelo capital moral spiritual, possam fundamentar as áreas de educação corporative das empresas, ampliando o desenvolvimenot de competências humandas para novas dimensões que priveligiem valores fundamentais em prol do bem comum.